Sistema solar na Amazônia volta a funcionar

Ação de recuperação da geração fotovoltaica foi realizada por técnicos da Itaipu Binacional 

Dar segurança energética a comunidades isoladas do País, que não são atendidas pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), a partir de fontes renováveis, foi uma das principais ideias que fez com que técnicos da Itaipu Binacional recuperasse um sistema de energia solar na Amazônia.  A equipe recolocou um sistema autônomo, junto ao Pelotão Especial de Fronteira (PEF) do Exército em Tunuí-Cachoeira, distrito de São Gabriel Cachoeira (AM), próximo da fronteira com a Colômbia, onde viveum grupo indígena da etnia Baniwa, para geração e armazenamento de energia solar, composto por baterias de sódio recicláveis e painéis fotovoltaicos. 

O sistema instalado pela Itaipu na Amazônia integra gerador, um banco de 12 baterias de sódio recicláveis e 63 conjuntos de painéis fotovoltaicos com potência de 180 kWpico, operados com apoio de módulos de controle e monitoramento a distância. Os painéis produzem energia suficiente para atender a demanda do PEF, da comunidade indígena e ainda carregar as baterias.

O sistema é híbrido bidirecional, ou seja, durante o dia, a energia gerada no painel fotovoltaico alimenta a rede e o excedente carrega a bateria; à noite, quando não há luz solar, ocorre o contrário: a bateria abastece a rede. A ideia é que o gerador a diesel funcione apenas como backup.

O projeto vai beneficiar aproximadamente 60 militares do pelotão do Exército (alguns que vivem no local com suas famílias) e a comunidade indígena com aproximadamente 200 pessoas, levando mais energia para casas, escritórios, escola, igreja e ambulatório médico, além da iluminação das ruas.

“Sempre bom fazer este tipo de investimento, pois a maior parte da Amazônia fica em território brasileiro e é necessário aliar qualidade de vida, desenvolvimento econômico, defesa das fronteiras e preservação do meio ambiente. Sem energia, não há desenvolvimento. Esse sistema oferece uma solução com energia limpa, renovável, e tem potencial para ser levado para outras comunidades isoladas do País”, afirmou o general Joaquim Silva e Luna, diretor-geral brasileiro de Itaipu.

A atividade faz parte de um projeto entre a Itaipu e o Exército Brasileiro. “Evidencia a importância da união de esforços para implantar novas tecnologias que deem viabilidade para que empreendimentos como esse possam existir, evidenciando a sinergia entre a natureza, tecnologia e desenvolvimento”, completou o diretor de Coordenação de Itaipu, general Luiz Felipe Carbonell.

Tudo começou em 2014, quando Itaipu fez uma parceria com o Exército Brasileiro, e a grande expectativa era que a disponibilidade de energia melhorasse a qualidade de vida e abrisse oportunidades de desenvolvimento econômico para as populações locais, além de proteger o meio ambiente.

Dois anos depois, uma unidade de demonstração foi instalada no Quartel General do Exército, em Brasília, confirmando a viabilidade do projeto. Em 2018, os equipamentos foram levados para Tunuí-Cachoeira e chegaram a funcionar por cerca de dois meses, mas depois apresentaram problemas técnicos e ficaram fora de operação. Com o apoio do Exército, os técnicos de Itaipu corrigiram os problemas e religaram o abastecimento da comunidade. 

A partir de agora espera-se que a energia gerada nos painéis fotovoltaicos atenda a demanda local, substituindo gradativamente o gerador a diesel (combustível fóssil). Além da redução das emissões de dióxido de carbono (CO²), haverá economia: o valor do óleo diesel que alimenta o gerador é encarecido na Amazônia pelos custos do transporte, feito de balsa, levando dez dias de Manaus a Tunuí, ao custo de R$ 45 o litro.

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