Energia solar é investimento ainda vital para indústrias em tempos de pandemia”, diz CNI

Para a entidade, sobrevivência das manufaturas com negócios internacionais fica cada vez mais condicionada ao desempenho de seus indicadores de impacto ambiental e social

Os efeitos da pandemia e a discussão sobre o impacto da política ambiental do governo Bolsonaro deixaram lições para a indústria ao longo deste ano, segundo a avaliação da área técnica da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O principal recado é que investir em energias renováveis, como a solar, tornou-se um imperativo para as companhias que exportam sua produção. 

A análise feita pela entidade ao Portal Solar aponta que a energia solar já é uma importante indústria no setor elétrico brasileiro e sua participação singular tem permitido a consolidação de novas possibilidades para a modernização do setor.

Esse estudo ressalta que as empresas pequenas, médias ou de grande porte – e de qualquer setor – podem ter a sobrevivência de seus produtos no mercado internacional condicionada, em um futuro muito próximo, ao desempenho de seus indicadores de impacto ambiental e social.

De acordo com a entidade, um exemplo da importância do segmento para a indústria foi a recente manifestação dos investidores estrangeiros à Câmara dos Deputados, no meio do ano, quando ameaçaram indicar a retirada recursos do Brasil caso o país não enfrente e reduza o desmatamento ilegal na Amazônia. 

“Portanto, investir em energia solar, uma fonte renovável, que não emite gases de efeito estufa e que contribui para a sustentabilidade ambiental não só melhora a imagem das empresas, mas pode acabar influenciando em quais mercados a empresa conseguirá operar no futuro”, sustenta a Confederação.

Um dos dados ressaltados pela CNI é a da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA), que mostrou que no ano passado, a capacidade de geração instalada acumulada em todo o país alcançou a marca expressiva de 4,53 GW. O que rendeu ao Brasil a 16ª colocação no ranking global de energia solar. “O Brasil tem uma capacidade ímpar para a geração de energia a partir do sol”.

Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), durante o ano de 2019, foram investidos R$ 10,7 bilhões em projetos de energia solar, que permitiram a geração de mais de 63 mil empregos. “Ou seja, se a demanda por novas instalações solares continuar no ritmo do ano passado, podemos esperar uma contribuição significativa para a retomada da economia e na geração de empregos”, prevê a CNI. 

Expansão

Outra mudança destacada pela CNI é que o setor solar vem se consolidando como um importante segmento econômico no Brasil, ultrapassando aquele ideário de que energia solar é apenas uma placa preta no telhado ou um cilindro metálico que serve para aquecer a água da residência.

“Instala-se sistemas solares não apenas em residências, mas também em estabelecimentos comerciais, em propriedades rurais, em prédios públicos e nos mais diversos empreendimentos industriais”, diz a CNI. “Por outro lado, a decisão de se adotar tecnologia solar impacta na ação de diversos elos da cadeia produtiva, sobretudo, na produção dos componentes do sistema solar, no transporte, no comércio e no de serviços técnicos especializados para a instalação”, completa.

Geração Distribuída

O segmento tem registrado ainda outro índice que chama atenção: a popularização da geração distribuída, também chamada de micro e minigeração de energia distribuída. Esse processo permite que o consumidor possa tanto consumir quanto injetar na rede de distribuição a energia produzida pelo seu sistema solar. O excedente fica como crédito e pode ser usado para o abatimento de uma ou mais contas de luz do mesmo titular. 

“Ou seja, o usuário de energia solar é uma espécie de agente híbrido: um consumidor que ao mesmo tempo gera parte de sua própria demanda. O que vem sendo apontado como um caráter da sustentabilidade”, aponta a CNI. 

Para o órgão, há uma sinalização cada vez maior de que pessoas, empresas e governos não mais serão complacentes com processos produtivos que degradam a vida humana e o meio ambiente. 

No mundo empresarial, este sinal tornou-se inequívoco quando, no início do ano, em Davos, o Conselho de Negócios Internacionais do Fórum Econômico Mundial lançou um projeto para divulgação do impacto ambiental e social dos negócios. O projeto contou com a adesão de 140 das maiores empresas do planeta. 

“Com isso, o impacto que a atividade produtiva da empresa gera sobre o meio ambiente, as estratégias de emissão de gases de efeito estufa e mesmo os aspectos sociais, como saúde e bem-estar dos empregados, estão cada vez mais passíveis de monitoramento e divulgação”, disse a CNI ao Portal Solar. 

Fonte: www.portalsolar.com.br veja mais no site.

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