Pandemia leva empresas do setor fotovoltaico para a transformação digital

Vendas online, que em janeiro não representavam 10% do total, cresceram 40% na quarentena, segundo estudo da consultoria Greener

A pandemia de Covid-19 acelerou a transformação digital das empresas do setor fotovoltaico, que passaram a utilizar mais canais digitais, como e-commerce e marketplaces, para estreitar as relações com seus clientes. As vendas online, que em janeiro de 2020 não ultrapassavam 10%, cresceram 40% durante os meses de quarentena, mostra um estudo realizado pela empresa de pesquisa e consultoria Greener. 

Foram entrevistadas 2.104 empresas integradoras entre 21 de maio a 30 de junho, de portes variados e de todas as regiões brasileiras. As vendas online já são a terceira forma de comercialização mais utilizada pelas empresas (14%), atrás de equipe própria de vendas (53%) e representantes comerciais comissionados (18%). 

A tendência é de que os canais digitais sigam ganhando importância mesmo em um cenário pós-pandemia, na avaliação de Marcio Takata, diretor da Greener. “As empresas já vinham investindo nos canais digitais nos semestres anteriores e houve evolução importante nesse período. Podemos fizer que a pandemia acelerou esse processo”, diz.

Apesar da crise econômica estabelecida pela Covid-19, a maioria das empresas do setor de energia solar fotovoltaica está confiante na retomada das vendas após o fim da pandemia. O estudo da Greener mostra que quase 90% das empresas entrevistadas afirmam estar entre “confiante” e “muito confiante” com a recuperação. 

Esse grau de confiança está respaldado na percepção de que, embora tenha sido impactado pela crise, o setor fotovoltaico não ficou completamente paralisado durante a pandemia. Outros fatores que influenciam positivamente o segmento são a alta nas tarifas de energia, maior disponibilidade de crédito e o retorno atrativo dos investimentos, em um contexto de taxa de juros baixa.

“O investimento em geração distribuída, seja por empresas ou pelo consumidor final, continua atrativo porque parte de bons fundamentos, como a economia financeira e a questão da sustentabilidade”, afirma Takata.

A maioria das empresas vê o segundo semestre de 2020 como um período de recuperação, mas a retomada deve acontecer de forma heterogênea, variando conforme a região e perfil da empresa. Por isso, ainda é cedo para dizer se os negócios devem voltar aos patamares pré-pandemia, na avaliação de Takata. 

“Já conhecemos o impacto da crise e temos mais clareza de como ela afeta e como vai continuar impactando o setor. No início da pandemia havia maior incerteza, agora o setor começa a ver a luz no fim do túnel”, relata.

Outra tendência promissora apontada pelo estudo está no segmento de grandes usinas de geração distribuída, que apresentou importante evolução no primeiro semestre de 2020, a despeito das turbulências do período. 

A Greener ouviu as principais empresas envolvidas no desenvolvimento, construção e operação de grandes usinas GD no Brasil. São desenvolvedoras de projetos, gestoras de ativos e grupos de investimentos que estão apostando nas usinas de geração remota e operam no modelo de locação (autoconsumo remoto e geração compartilhada).

O estudo aponta que 915 megawatts (MW) de projetos solares para locação entraram em operação ou estão em fase de construção. Além disso, há uma pipeline superior a 1,5 gigawatts (GW) em desenvolvimento, dos quais pelo menos 600 MW já possuem contratos para atender clientes dos segmentos de varejo, telecomunicações, serviços e também pessoas físicas. 

A geração centralizada (GC) também está no alvo: 52% das empresas entrevistadas estão trabalhando com o desenvolvimento desse tipo de empreendimento, pelo fato de representar uma oportunidade para ganhar espaço no mercado livre de energia. 

Fonte: www.portalsolar.com.br

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