Grandes consumidores e sistemas isolados devem impulsionar a utilização de soluções de armazenamento por bateria no Brasil

Segundo Guilherme Mattos, diretor da Siemens, segmento apresenta oportunidades naturais que não requerem mudanças de regulação no país 

Consumidores de grande porte e sistemas isolados devem impulsionar a aplicação de soluções de armazenamento por bateria no Brasil, avaliam especialistas e representantes do setor elétrico. O tema foi discutido durante painel no Energy Solutions Show. 

“O Brasil vem discutindo de maneira forte a modernização do setor e o armazenamento tem que ser considerado pelas empresas de tecnologias e pelos geradores. Acredito que é um tema que será muito impulsionado pelos consumidores”, disse o diretor de vendas de aplicações industriais na Siemens Energy Brasil, Guilherme Mattos.

“O ambiente está cada vez mais dinâmico e, com a tarifa horário, os consumidores vão ter que buscar soluções para ter melhores estratégias e trabalhar custos. Esse segmento do armazenamento apresenta oportunidades naturais que não requerem mudanças de regulação no país”, destacou Mattos.

Ele exemplificou com a possibilidade de projetos operarem uma arbitragem de energia, carregando no período em que a tarifa é mais barata para a utilização no horário de ponta. “Em outros casos, o consumidor pode adequar a demanda contratada, alocando o uso para o momento de pico e tendo um benefício econômico. São aplicações possíveis no ambiente comercial e industrial de grande porte.”

Outra forma de penetração das baterias de armazenamento são os sistemas isolados, áreas não conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), localizados em sua grande maioria na região Norte do país. “São locais predominantemente atendidos por térmicas. Com o advento da redução de custos da geração solar, a combinação dessas duas fontes com o sistema de armazenamento traz um benefício grande”, disse o diretor da Siemens.

“Além do benefício econômico, há um ganho na questão ambiental. São aplicações distribuídas, mas o volume de negócios na região amazônica traz grandes oportunidades para esse segmento”, acrescentou.

O superintendente de projetos de geração na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Ivanoski, destacou a tendência de redução no preço das baterias. “No médio e longo prazo, há expectativa de chegar a US$ 100 por kilowatt. É uma forte queda, considerando que o preço era de US$ 1500 por kilowatt em 2010.”

“Em relação aos sistemas isolados, uma série de estudos mostram a competitividade clara do armazenamento com baterias na região Norte, em conjunto com uma parcela de fontes renováveis. Ter essa união de fontes permite melhorar o serviço e beneficiar economicamente o consumidor”, assinalou Thiago Ivanoski.

O diretor de TI, Relacionamento com Agentes e Assuntos Regulatórios do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Marcelo Prais, apontou que a redução de custos de baterias de íon lítio tornam sistemas de armazenamento atrativos para soluções especificas. “Um sistema com alta participação de fontes renováveis é plenamente operável com as medidas de segurança adequadas.”

O diretor de aplicações de mercado na Fluence, Pablo Barrague, explicou que os sistemas de armazenamento permitem criar uma planta solar despachável. “Mais importante, permite mover a energia para o horário da noite, criando na prática uma usina solar noturna.”

Ele citou exemplos no Havaí e no oeste dos Estados Unidos, onde leilões de energia com previsão de remuneração por horário têm sido vencidos pelas renováveis. “Especialmente a solar aliada com o armazenamento tem sido a melhor solução, utilizando baterias de longa duração.”

Fonte: www.portalsolar.com.br veja mais no site.

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